Presidente da Câmara disse que irá discutir o tema nesta terça com relator.Dilma defendeu que dados sejam armazenados obrigatoriamente no Brasil.
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta segunda-feira (8) que pretende se reunir nesta terça (9) com o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator do projeto sobre o marco civil da internet, para discutir a elaboração de um parecer "de consenso" que tenha condições de ser levado à votação no plenário da Casa. O peemedebista deu a declaração após encontro com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
"[O projeto] entrou e saiu de pauta várias vezes porque não teve acordo. Como eu não quero que isso se repita, estou marcando uma conversa com o relator amanhã [terça] para ver se ele consegue fazer um texto acordado, que a Casa possa aprovar", informou o deputado potiguar.
Nesta segunda, Ideli declarou que iria pedir ao Congresso Nacional urgência na aprovação do marco civil da internet, proposta que está à espera da apreciação dos deputados federais. Responsável pela articulação política do governo federal, a ministra se manifestou sobre o assunto ao comentar a denúncia de que o Brasil é um dos alvos de espionagem dos Estados Unidos. Na avaliação da titular das Relações Institucionais, a soberania do país e a privacidade dos brasileiros estão "em xeque".
Reportagem do jornal "O Globo" publicada neste domingo (7) revelou que, na última década, pessoas residentes ou em trânsito no Brasil, assim como empresas instaladas no país, se tornaram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês). Segundo a publicação, não há números precisos, mas em janeiro passado o Brasil ficou pouco atrás dos Estados Unidos, que teve 2,3 bilhões de telefonemas e mensagens espionados.
Indagada nesta segunda sobre o suposto monitoramento de agência de inteligência norte-americanas, a presidente Dilma Rousseff enfatizou que o governo quer que a nova legislação sobre a internet determine que o armazenamento de dados brasileiros deve ser feito obrigatoriamente no Brasil. De acordo com Dilma, o Executivo vai rever o projeto do marco civil antes de colocar em votação para "garantir melhor a privacidade" dos dados.
Para o presidente da Câmara, a votação do marco civil da internet deve ser uma resposta aos casos de espionagem denunciados o país. "Acho que é [uma resposta], sobretudo essa questão do banco de dados. O próprio relator ficou buscando de que maneira fazer um texto mais rigoroso, mais seguro. É um dos itens que ele está examinando", declarou Alves.
Caso não haja acordo em torno da consulta popular, um grupo de parlamentares será encarregado de elaborar, em 90 dias, um projeto de reforma política.
"Amanhã [terça], a Câmara toma a decisão a respeito disso [proposta de plebiscito]. Vamos examinar os prazos que o TSE exigiu, de 70 dias, todo o procedimento regimental e condicional para que se tenha uma decisão. De amanhã não passa", prometeu.
Para o parlamentar do PMDB, independentemente da decisão, é necessário que haja uma consulta popular. "Tem que se dizer ao Brasil o que vai ser feito em relação a isso. E deixar claro que tem que haver, pelo caminho que foi trilhado, uma consulta popular, por referendo ou por plebiscito, e encarar se pode ser ou não em 2014 ou 2016", disse Alves.
Nenhum comentário:
Postar um comentário